segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Adeus a Palmira, coração de gigante...

D. Palmira era a mãe de minha colega do primário (e minha primeira paixão infantil) Olívia. Naqueles idos as mães e os pais dos amigos eram “entidades distantes”, seres que olhávamos sempre de longe, de baixo para cima.

Em 2005, num evento da Academia, André e D. Palmira


Ela um dia me resumiu isso ao lembrar, chorosa, do esposo que a deixara há pouco, na época... Levava eu minha filha ao ombro quando nos encontramos diante de sua casa e ela, brava – falava sempre brava – mandou: “Coloque essa menina no chão para andar”. Diante de minha recusa, dizendo que tinha de aproveitar enquanto ainda aguentava carregá-la, ela me deu razão e em seguida falou brava do marido que morrera e a deixara para trás, viúva...  Palmira não o perdoava por isso: o velho Thales Gottschalk Fausto, que lhe dera doze filhos, era realmente o grande amor de sua vida...

Thales, Palmira e aqueles que ela chamava de "Os 12 Trabalhos"...

Falei dos doze filhos... Sempre brincava que ela não se lembrava de todos, era humanamente impossível - provocava - para vê-la lembrar-se de todos...

Humanamente impossível, escrevi? Não para ela! Palmira os tinha todos, de igual monta, de igual forma, lá dentro daquele coração que, amorosa, lembrava de cada instante vivido com eles, desde o parto! De todos eles falava com o mesmo carinho, a mesma ênfase. De todos tinha sempre um caso, que nunca esquecia os detalhes... Mesmo quando os detalhes a fizessem novamente parecer a mãe-coruja que zela por seus pintainhos, ou seja: ficar brava!

Brava “Tia Palmira” que um dia foi ser minha professora, lá nos idos de 1984. Fiz-lhe então uma redação que ela, encantada, mandou datilografarem e fez cópias, que distribuiu! Foi algo para mim inédito ter tal incentivo vindo de um mestre, uma “mãe de amigo”, gente que era tão distante... E mais: quando me formei na Faculdade e voltei a morar na terrinha, com a Tia Palmira ao lado na fundação da Academia de Letras, companheira ali de primeira hora, eis que do fundo do baú de lembranças ela nos aparece com um papel... Era aquela velha redação de quase vinte anos antes! E me disse: “Você viveu aquilo que escreveu, meu filho”...

Um dia estávamos em sua casa quando ela nos mostra algumas velhas fotografias. Então, diante da imagem de uma turma da Escola Normal, a imensa maioria de garotas, ela me pergunta: “Qual dessas você acha mais bonita?”. Olhei, olhei... Então falei: “Você pode não achar a mais bonita, mas a que faz mais meu estilo de beleza é essa aqui” – e apontei com o dedo uma das meninas na foto. Não tive tempo de saber quem era: levei um baita tapa no braço! “Moleque, tá querendo me puxar o saco, é?”. A menina que apontara era... a Brava Tia Palmira! A “beleza brejeira” que se destacava no meio de tantas... Não adiantou jurar que não sabia ser ela... E rimos a valer...
Uma beleza diferente, que me valeu um tapa...


Bem... Falamos da Academia. Falamos de livros, ela achava tempo para os ler, para transmitir a todos a paixão pela leitura, pela transmissão do pensamento, do saber. Levaram-na um dia ao Chile e ela, com propriedade, visitou a casa do Nobel de Literatura Pablo Neruda, para ali tirar uma fotografia que registrou: “Descendo as escaleras do ninho de amor de Neruda e Matilda”... Apenas ela poderia fazê-lo: Palmira foi um imenso ninho de amor! Brava, mas de amor!
Nas "escaleras" de Neruda e Matilda...


Brava Palmira, minha “tia” querida, que pude ser próximo já tão tarde... Que me pegou no colo e me deitou num cantinho do coração que eu, eu tinha medo de não caber... e cabia! E fomos pro quintal, quebrar coquinhos e jogar conversa fora...

Jurei que ia rir de nossas lembranças. Que iria evocá-las para não fazer um texto triste... Mas agora cai a ficha de que esse coração gigante não estará mais aqui para nos acalentar, com o jeito bravo de quem, com bravura e braveza, encarou a vida e fez da vida uma lição imensa de que é possível ser mais que mãe, professora, amiga... Que é preciso lutar pelo coletivo, NO coletivo; ser singular como todos somos, mas viver sempre no plural...

Meus doze irmãos queridos: Cocão, Chris, Cláudia, Ângela, Hilda, Olívia, Tiba, Baía, Gal, Telva, Pat e Zé... O mundo está sem Palmirô! O mundo ficou tão vazio! Que será desse mundo, então? Como caberemos, de novo, num coração de mãe?

Parece que ela nos deu, sempre, a resposta... “Coloque a criança no chão, para andar com seus pés”...

Vamos andar sobre nossos pés! Palmira nos ensinou o caminho, como mãe, professora e amiga... Que abracemos todos no coração, pois quanto mais gente tivermos ali, mais amor virá! Amemos os livros. Escrevamos nossas memórias. Ajudemos os mais necessitados. Sejamos... Bravos!


Brava Palmira, bravo! Você, realmente, merece ser – e é... IMORTAL!

sábado, 20 de janeiro de 2018

DE LAVADA! A LAVAGEM DA ESQUINA 2018

Quis o destino que este cronista tomasse uma queda depois de levar uma finta de um miserável besouro, que está a destruir a barriguda da Praça da Barriguda e, com trauma do joelho e muito analgésico, tive que abrir mão de seguir o cortejo da 31ª Lavagem da Esquina do Padre, neste 2018 que mal começa... Mas, mesmo com dor no joelho e tudo, FOMOS, VIMOS E... VENCEMOS! 

QUE LAVADA, A LAVAGEM!

Ao contrário de anos anteriores, onde o ponto alto seria uma das atrações, este ano a coisa evoluiu tanto que não dava para mensurar a quantidade de coisas para ver, de tanta gente que foi... Mascarada, à paisana, disfarçada, escancarada, enrustida, gente, gente adoidado, gente pra dar com pau! Foi gente demais, menino!!!

Uma vista do "camarote" de Germano: minha Joanna por aí...


O que dizer da Festa? Onde ela começou, mesmo? Ela começou em Salvador, onde minha filhota Joanna ( que como o pai já faz parte da “velha guarda” que está mais de vinte anos seguindo o cortejo) largou tudo para se juntar às amigas e desfilar. Começou em Jequié, onde o velho Mirabeau (pode pronunciar Mirabê-au, senão “acaba o carnaval”!) esqueceu o reumatismo para seguir tudo da Esquina de Bu. Começou em São Paulo, de onde veio o rapaz fantasiado de “O Corvo” (“The Crow”, aquele do filme do finado Brandon Lee, que os mais antigos como eu conhecem o pai, o Bruce Lee) e declarou-se caetiteense tão legítimo que já rói pequi. Começou lá em Beagá, de onde retornou o confrade Stefanelli para registrar tudo com sua câmera de – palavrão – entomologista. Começou em Rio de Contas, de onde veio uma bandinha “furiosa”, que logo vestiu a camisa oficial da festa. Começou no mundo inteiro, e o mundo inteiro descambou pra Feira Velha!

E Jesus derrota os malvados vikings...

Jesus Cristo, em pessoa, lutava espada contra os vikings, e era louvado por “freiros” e freiras pecaminos@s. Minha nossa, a Medusa era difícil de não olhar! Não sou mais jurado das fantasias, mas estou aqui torcendo: ganha, Medusa! Ganha... Mas eram tantas as maravilhosas fantasias, que só quem tem os olhos de pedra para não se deleitar! Cada um merece ser ganhador! A morte (tinha, pelo que vi, pelo menos duas, cada qual mais bonita – se é que podemos falar isso da Morte!), os velhinhos de novo (estavam já no ano passado), os Rosinhas me sujando (ou seria limpando?) de cor-de-rosa, os marombados, os caretas legítimas...
Só na LEP a gente pode olhar a Medusa!


Passei na rua da Associação dos Moradores da Feira Velha, a Amofeve da qual sou orgulhoso sócio, e topo com o “menino de ouro” da rua, da Amofeve e da Feira Velha – o Daniel Santana. Quisera que o mundo todo fosse como o Dani, o maior coração da Terra! Quem dera tantos egos inflados e inflamados tivessem só uma nesguinha de sua grande humildade e seriedade, Dan-dan! Mas, como não é assim, a gente segue em frente, só mais um na imensa multidão que em 2018 bateu todos os recordes!

No privilégio do "Camarote Gumes"!

Paro no “Camarote do Germano”, o Gumes que ficou na Feira Velha, bem no miolo da muvuca. Posição privilegiada, onde vemos tudo e quase nada... É muita coisa rolando, é muita gente, é gente demais – e acho que já falei isso... Mas é que foi mesmo gente de dar com pau – e já estou a me repetir... Dali tiro fotos e fazemos fofoca – para os que não sabem, fofocamos de coisas dos últimos cem anos em Caetité... he, he...

Fui para a Praça da Catedral e lá, meu Deus! Era muita gente, era mais gente ainda... A meninada, a velharada (como meu pai de 87 aninhos, que perdeu a LEP do ano passado, e neste 2018 se postara na sua antiga morada, hoje a Escolinha Grão de Areia, e depois me registrou, assombrado: “Era muita gente, meu filho!”). Os vendedores deram passagem, e mesmo assim... Era como se a rua ainda tivesse ficado pequena, tamanha a multidão...

Gente, gente e mais gente... Engarrafou!

Resolvi ir até o Bar do Gordo, e o beco do Bar do Gordo logo ficou, literalmente, engarrafado. Bom pro Gordo, nosso querido Valdir, que ficou sem garrafas: vendeu tudo! Crise? Qual crise? Dali, sem poder mais voltar de tanta gente que seguia o cortejo, vimos passar as autoridades que fazem nossa cidade ser o que é: o Prefeito Aldo, o Juiz Dr. Eduardo, o Presidente da Academia Luiz Benevides, nem prefeito nem juiz nem imortal: foliões na folia maravilhosa que invadiu Caetité e os corações.
Um carnaval verdadeiramente participativo: o Prefeito é o folião...

Faltou falar deles: os “começadores” de tudo, os “papas da folia”. Vamos terminar com eles, então... Nelsim de Nelsão, como sempre nervoso, mas este ano mais relax um pouco, até encontrou um tempinho para papear conosco, depois de ter vindo em pessoa (e na pessoa da filha) nos presentear com a camiseta da Lavagem. Gilson Bolivar, com um certo Leleto Forasteiro ao lado, posou naquela que será a foto mais emblemática de como levamos a LEP a sério... heee... E Tairone... Esse só vi de longe, vermelho como um pimentão, o danado do Tai... “Meninos, eu vi!”: Vocês colocaram o mundo dentro de Caetité!

As melhores CARETAS da LEP 2018!

Aos três “cabeções”: Nelson, Gilson e Tairone, nosso obrigado. Trinta e um anos de Lavada, e hoje podemos dizer que vocês criaram um novo tipo de trio, nesta Bahia Velha de Meu Deus e de Todos os Santos! 

São o trio que irradia, que eletriza o carnaval e até o trio elétrico, mas sobretudo que não permitem que o Carnaval em Caetité perca jamais aquilo que faz essa festa ser o que é, como disse minha Joanna e o Nelson abraçou: 

UMA FESTA DE RAIZ!


Valeu, valeu demais! E mais... Só em nosso álbum do Face...

terça-feira, 21 de março de 2017

Reforma da Previdência lota a Sessão da Câmara, dia 20 de março.


A sessão da Câmara de Vereadores da noite do dia 20 de março de 2017 começou com o plenário tomado por representantes do magistério público estadual e municipal, categoria que estará diretamente afetada pela “reforma da previdência” do governo Temer.


Antes mesmo que os professores se manifestassem foi apresentada uma moção de repúdio à PEC 287, originalmente subscrita pelos vereadores da oposição caetiteense; cabe notar que estes vereadores fazem parte da mesma bancada que dá sustentação ao governo federal mas, numa dessas voltas que a política dá, mostraram que ao menos na camada política mais diretamente ligada ao povo o Michel Temer não tem sequer o apoio dos seus... Feita a apresentação do repúdio, a moção recebeu imediata adesão de todos os vereadores da situação (local, mas de oposição ao Temer), inclusive de Marcílio Teixeira que vinha manifestando ter dúvidas (ele declarou seu apoio, mantendo as dúvidas).

Moacir do Sindicato, que desde o começo da legislatura vem combatendo a famigerada PEC falou que no ano que vem haverá eleição aos deputados e senadores e Mário Rebouças lembrou que o relator governista da emenda constitucional que vai tirar direitos dos trabalhadores é o sertanejo Artur Maia (Nota: aquele sobrinho de Nilo Coelho que foi prefeito de Bom Jesus da Lapa). O vereador ressaltou o papel histórico do seu partido – o PCdoB – na defesa dos direitos trabalhistas, e simplificou que a conta é simples: não votar em quem tira os direitos.

O presidente da Casa, Arual, ressaltou que a PEC está já perdendo sustentação mesmo junto ao judiciário, que suspendeu a propaganda do governo. Cláudio Ladeia então sugeriu que a moção fosse aberta para a assinatura de todos os vereadores, o que foi aprovado, devendo o repúdio ser enviado às casas legislativas federais e ainda a todos os deputados e senadores que tiveram votos em Caetité.

Indicações


Cura indicou que, mesmo sendo responsabilidade do governo estadual, seja feito pelo município uma unidade fixa de policiamento na praça do mercado e, assim, dar maior segurança nos dias de feira. João do Povo indicou a construção de dois quebra-molas à rua Professor Hélio Negreiros e uma passagem molhada no Anguá. Finalizando as indicações, o presidente Arual propugnou pela recuperação do asfalto da rodovia ao distrito de Maniaçu.

Ofícios diversos


Foi lido o ofício dos professores, solicitando que seu representante falasse da tribuna contra a emenda constitucional; também o Coletivo Leituras de África pediu espaço na tribuna; o Major Vieira Jr. da PM convidou os edis para uma palestra no dia 22 no Cetep e, finalmente, a empresa eólica Iberdrola e sua subsidiária convidou para “plenária anual” de seus parques eólicos, também a ser realizada no Cetep, só que no dia 23, às 19h.

Fala o professor José Orlando



Dando voz à categoria, o professor Zé Orlando Cardoso (sim, é primo dos prefeitos de Caetité – Aldo Ricardo Cardoso Gondim,  e de Lagoa Real – Pedro Cardoso) relatou as mobilizações da categoria que há três dias realiza ações de conscientização, inclusive durante a feira pública, com encerramento previsto para o dia 24 do corrente, no anfiteatro da Praça da Catedral.

Fala de Rosemária Joazeiro



Pelo Coletivo Leituras de África a professora e ex-secretária de educação Rosemária lembrou o massacre de Sharpeville na África do Sul em 1965, motivando pela ONU a instituição do Dia Internacional Contra a Discriminação Racial no dia 21 de março; também nesse dia houve uma marcha, cinco anos depois, liderada pelo pastor Martin Luther King Jr.

Ela ressaltou as dificuldades existentes na sociedade brasileira não apenas aos afrodescendentes como ainda aos indígenas e outras etnias, e explicou que o Coletivo é composto por professores e alunos do Campus VI da Uneb, e entidades como o Movimento de Mulheres e representantes das comunidades quilombolas de Caetité, com ações não apenas na cidade mas também em Tanque Novo, Igaporã, Ibiassucê, Lagoa Real e Guanambi.

Embora não lembrado pela professora, gostaríamos aqui de trazer à memória um herói brasileiro das lutas contra a escravidão, tendo vivido sob tal condição e, sozinho, libertado mais de mil cativos: o baiano Luiz Gama,cuja biografia levamos à Wikipédia... (clique no link para ler mais)

Pequeno expediente: a coisa ameaçou esquentar...


O vereador Julão reclamou que o início dos trabalhos deve ser às 19:30 como manda o regimento da Casa, sendo a tolerância de 15 minutos somente; Deyvison falou contra a reforma da previdência. Jairo Fraga também discursou neste sentido, lembrando mais uma vez de Artur Maia, votado na cidade, e parabenizou as mulheres do campo que se fizeram presentes na manifestação do último dia 8 de março.

Julão parabenizou a justiça eleitoral pela decisão de cassar as quatro candidaturas da situação, afirmando que isto comprova que as últimas eleições de Caetité foram viciadas. Em seguida falou da inação do executivo na criação de empregos, e mesmo aqueles que gera diretamente na Prefeitura o que se vê é a demora nas contratações, afirmando que enquanto se contratam duas, três pessoas de uma mesma família, outras ficam sem nenhum. A seguir falou dos repasses do governo federal para a área de endemias, contrariando o que fora informado pelo governo na sessão anterior. Finalmente, de forma indireta, Julão lançou seu nome para prefeito, dizendo que um dia ele mesmo pode estar sentado na cadeira do Prefeito pois “quem joga na loteria, um dia pode ganhar”. E falando ao seu concorrente direto em Pajeú, Jairo Fraga, disse que a estrada entre Fazenda Nova e Pajeú há uma enorme cratera que precisa ser coberta, sendo por este aparteado no sentido de que tem feito as instâncias devidas para sanar os problemas daquela região.

Cura Lemos disse que suas críticas à secretária de saúde não foram à pessoa, e sim ao cargo, pois quem está ocupando uma pasta pública também está sujeito às críticas. Que o órgão recebeu repasses de 150 mil reais do Ministério da Saúde e que ele não precisa, como lhe fora sugerido, ir à secretaria para saber das coisas, como por exemplo citou a falta de acesso dos funcionários aos gestores, tanto o prefeito como a secretária, e lembrou que a última visita de uma agente de endemia em sua casa se deu no dia 20 de outubro de 2016. Finalizou sua fala lendo comunicado do deputado João Carlos Bacelar que se diz contra a PEC 287.

Marcílio Teixeira lembrou que vem nos últimos quinze dias lendo acerca das questões previdenciárias e que acha que é necessária uma reforma, mas não como está na PEC 287 e sem a participação da sociedade como se faz.

Mário Rebouças pleiteou que as sessões voltem a ser transmitidas pela Rádio Educadora. Quanto à PEC 287 lembrou a mensagem da deputada Alice Portugal, de que apenas as ruas poderão barrar a perda dos direitos. Falou da “inauguração popular” das obras de transposição do Rio S. Francisco feita por Lula e Dilma em Monteiro, na Paraíba, onde ao contrário da inauguração para poucos do golpista Temer ali o povo se fez presente, maciçamente. Elogiou a fala de Rose, lembrando os 300 anos de escravidão no Brasil que, após seu fim, teve seu governo construído com base na exclusão. Finalmente, rebateu Cura, dizendo que o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde é insuficiente para as ações necessárias, sequer cobrindo a folha de pagamento.

Moacir do Sindicato deu a nota cômica da noite, ao saudar a secretária de educação Iamara Junqueira, misturando seu nome com o da antecessora, chamando-a de Iamara Joazeiro... Corrigido o erro, manifestou seu total apoio à categoria, coisa que ele já vem fazendo em suas lutas. Então o vereador do PT falou da decisão judicial que deu por sua cassação, em primeira instância, dizendo que toda a sociedade caetiteense sabe que este foi um processo injusto, pois não há ali qualquer prova de que tenha praticado alguma ilegalidade, concluindo: “Em Caetité virou moda tentar ganhar no tapetão”.

Num aparte Deyvison leu uma mensagem sobre sua cassação, realçando que sua conduta sempre se deu conforme os ditames legais. Ele então lembrou que a única prova contra si na sentença foi o uso de uma máquina do governo federal, a mesma que fora também usada por vereadores da oposição contra os quais nada foi feito, citando o nome de Cláudio Ladeia.

Zacarias Nogueira declarou que há tempos vem se manifestando contra a PEC 287, e lembrou que o deputado Artur Maia havia declarado que as manifestações populares não iriam afetar em nada o andamento da reforma da previdência.

Álvaro Montenegro lembrou que fora contra, tempos atrás, a um projeto de lei que a Câmara aprovara sobre os agentes comunitários de saúde, vinculando-os aos repasses do governo federal e que, na ocasião, não quiseram ouvi-lo, sobretudo com o estabelecimento do piso salarial. O resultado é o que se está a ver, com os repasses não cobrindo as despesas. Falando a Cura, ressaltou que entende as críticas à secretaria, mas não ataques à Secretária.

Claudio Borges relatou que esteve em Salvador a fim de, junto ao ex-deputado Josias Gomes, pleitear melhorias para Brejinho das Ametistas. Finalizou relembrando a situação dos animais nas pistas.

Arual, que também viajara a Salvador, relatou os pleitos para o distrito de Maniaçu. Sobre sua cassação informou que já apresentou recurso ao TRE, declarando confiar na justiça e no seu trabalho, que merece a confiança dos seus eleitores.
Claudio Ladeia rebateu a fala de Deyvison, dizendo que este lera um discurso bonito e bem elaborado, mas que ele trouxe a máquina no mês de maio e que esta trabalhou até o mês de junho e julho, e não teve a justiça correndo atrás. O vereador citado quis uma tréplica, mas isto não é permitido, regimentalmente, como Julão frisou no momento.

Cura, citado por Nem, pediu que este não mais o repreendesse, pois não pleiteia cargo algum de secretário de saúde.

Álvaro Montenegro finalizou comunicando a entrega pelos governos estadual e municipal de uma nova viatura à Polícia Militar para o patrulhamento rural, e partilhou o pedido do comandante do destacamento para que os vereadores instem pelo aumento do efetivo na cidade.

***

Finalmente, às 11:03h a sessão foi encerrada. Um detalhe curioso: enquanto tudo isso ocorria o deputado sertanejo Artur Maia, várias vezes citado, dava entrevista ao “Roda Viva”, lá em São Paulo. Será que ele irá mudar o domicílio eleitoral? Ou nossos eleitores, ano que vem, irão se esquecer de que ele é o homem da confiança de Temer para acabar com a aposentadoria?

quarta-feira, 15 de março de 2017

Há 36 anos D. Eliseu presenteava Caetité com a Rádio Educadora


A Rádio Educadora Santana de Caetité completa 36 anos de existência, parte de um legado que deixou na cidade o bispo diocesano D. Eliseu Maria Gomes de Oliveira – um nome que não foi ainda devidamente reconhecido. Ele nunca enxergou uma Caetité pequena...

É inegável a importância sócio-cultural-econômica, e também política, que hoje tem a Rádio Educadora Santana de Caetité. Quando de sua inauguração, em 1981, porém, a cidade ainda vivia uma letargia que a vitimara desde a instalação da ditadura militar, em 1964. D. Eliseu, contudo, provocaria uma radical transformação neste ambiente: foram dele, diretamente dele, as principais conquistas daquele período, de tal forma que podemos afirmar que, como bispo, foi o melhor prefeito de Caetité até então.

Senão, vejamos: Anísio Teixeira, ainda nos anos 1960, conseguira fazer aprovar uma lei criando a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caetité; mais de vinte anos ela passou sem que jamais isto se tornasse realidade – até que, junto ao padre Raimundo dos Anjos, a Faculdade começou suas atividades, se tornando o núcleo que hoje é o Campus VI da Uneb.

Ao saber do programa do governo Roberto Santos em instalar Centros Sociais Urbanos nas cidades cujas sedes tinham um número superior a trinta (ou seria quarenta?) mil habitantes, D. Eliseu inscreveu Caetité no programa e, por “lapso”, colocou nossa população rural junto à urbana. E a cidade tem até hoje o Centro Social...

Caetité, perseguida e esquecida pela ditadura, a quase mil quilômetros da capital, mergulhava por vezes num paradeiro que se quebrava com as ações do bispo, nem sempre aceitas, nem sempre compreendidas (deixaremos de lembrar aqui suas ações sociais e religiosas, não menos importantes – como as visitas pastorais, as comunidades eclesiais de base, a comissão pastoral da terra, etc. – por fugir ao objetivo deste artigo). Pois vamos recordar como as ruas se enchiam em momentos tal como a recepção ao Núncio Apostólico, representante do Papa, ainda durante a gestão do prefeito Janir Aguiar, onde uma faixa era lapidar de como o bispo via uma Caetité maior: a rua Pernambuco, ali, era o “bairro Pernambuco”...

A vinda de membros da Rádio Aparecida para Caetité foi outro desses momentos em que toda a cidade se agitava para assistir às apresentações num palanque improvisado na carroceria de caminhão, ao lado da igreja matriz. Com direito a animado concurso de calouros e tudo. Talvez ali, quem sabe, tenha surgido a ideia de fazer na cidade uma emissora de rádio também?

Caetité já tinha, por iniciativa do Zé Walmir de Castro Abrantes, o serviço de “divulgadora”: alto-falantes instalados nas principais esquinas, com seu locutor nato: Professor Hélio Negreiros. Dono de uma voz talhada para os microfones, o cearense Hélio Negreiros era um ex-seminarista que permanecia ligado à Igreja, e seria ele o principal nome da nova emissora.

Abertas subvenções para levantar o capital necessário, pessoas de toda a Caetité: não apenas a urbana, mas sobretudo a rural, tornavam-se “sócios” da futura rádio. Até hoje, por extrema burrice e incompetência dos governantes federais, criar uma emissora é um processo legal e burocrático dificílimo. Mas isto não foi obstáculo intransponível para o intimorato D. Eliseu, que conseguiu enfim autorização para ter sua rádio inaugurada, já na gestão do prefeito Nivaldo Oliveira.

Instalada no prédio do Cine Pax, então já sofrendo a decadência que as salas de projeção passaram a partir do fim dos anos 1970 em todo o país, em prédio pertencente ao Seminário São José, o lugar ganhava agora uma nova dimensão: o espaço infinito das ondas do rádio.

Em toda zona rural, nas cidades vizinhas, onde quer que houvesse um aparelho receptor, a voz de seus locutores se fazia chegar, informando, entretendo, debatendo, transmitindo eventos, fazendo Caetité vibrar numa nova frequência.

Muitos foram os nomes que ali tiveram seu início de carreira. Mesmo a concorrência das rádios FM que surgiram ao longo dos anos não diminuiu sua importância. Ainda hoje, num raio de centenas de quilômetros, é a única AM da região...

Caetité mudou demais, em 36 anos. Muitas vezes, perde um pouco de sua memória. Mas o legado de homens que por ela lutaram, como D. Eliseu Maria Gomes de Oliveira, vence o tempo e o esquecimento.

Parabéns à Educadora. Você é o exemplo vivo de que “nas terras sagradas do sertão” a obra rende e dá frutos quando, sobretudo, acredita no bem maior de nossa Caetité.



terça-feira, 14 de março de 2017

Segunda-feira agitada, na política caetiteense


Enquanto a sessão da Câmara de Vereadores corria normalmente, o judiciário eleitoral cassou quatro candidaturas da situação. O quê muda na política caetiteense? E quem será o vereador que não mora na cidade, que Nem de Dácio promete investigar?

A sessão ordinária desta segunda-feira (14/3/17) teve uma pauta relativamente tranquila. Com a ausência do presidente da casa Arual Rachid, os trabalhos ficaram sob a direção de Zacarias Nogueira.

Cumprindo determinação da sessão anterior, o presidente do PSDB Saul Malheiros Marques encaminhou ofício formalizando os nomes do partido para a liderança e foi lida uma indicação genérica do vereador Cláudio Ladeia para recuperação das estradas vicinais.

De forma intempestiva, tal como ocorrera na anterior reunião do legislativo com outro edil, Cura Lemos apresentou uma moção de parabéns à Rádio Educadora, que dia 15 estará completando 36 anos de atividade; feitas as observações da extemporaneidade, a mesma acabou sendo tolerada e subscrita pelos demais que, em seus discursos, elogiaram a emissora, pioneira no sertão baiano. E que a excepcionalidade de se apresentar moções sem seguir o regimento não fique algo rotineiro, foi o que o vereador Álvaro Montenegro ponderou.

A oposição encaminhou ofício para que o prefeito explique o destino de recursos devolvidos pelo Fundeb e Fundef; então o vereador Cláudio reclamou mais uma vez da situação da saúde no município que, segundo ele, está sem médicos nos PSFs e que soube que serão necessários mais 120 dias para as coisas normalizarem, o que com os 70 dias já transcorridos praticamente metade do ano ficará com os problemas sem solução. Em sua fala Cláudio reclamou do transporte escolar. Foi rebatido por Jairo Fraga, que disse estar pessoalmente comprometido com a fiscalização do transporte e que qualquer irregularidade deverá ser solucionada.

Dé Axé reclamou do uso pelos particulares dos passeios públicos, como se fossem parte de seus imóveis, e cobrou da secretaria de infraestrutura ações para coibir esse tipo de abuso. O vereador lamentou o uso de gerador na Praça da Juventude, dizendo que isto onera os cofres públicos – e aqui o Caetité em Revista faz um parêntese: na verdade o gerador sai mais barato, e o problema da iluminação desta importante obra (a Praça) é da fornecedora de energia (Coelba), cuja rede não suportaria o consumo ali: ela precisa, antes, instalar um transformador capaz de suportar o consumo.
João do Anguá lamentou a morte de Jaconias, pai da Miss Bahia 2014, Anne Lima, motivada por animal na pista, uma omissão do Derba; Álvaro Montenegro subscreveu a moção de pesar, lembrando ser irmão de igreja do falecido.

Júlio Ladeia cobrou informações sobre as linhas de transporte escolar e em sua fala Mário Rebouças assegurou que isto será providenciado para que o máximo de transparência seja a prática da gestão Aldo Gondim. Júlio e Nem de Dácio falaram sobre a contratação de agentes de endemias: o primeiro cobrando sua contratação e o segundo justificando que não houve qualquer repasse do governo federal neste sentido, mas que o prefeito tem feito instâncias para solucionar isto o mais breve possível.

O líder do governo Mário Rebouças ressaltou os dados da saúde no momento que o país atravessa, lembrando que embora grande parte das UPAs do país estejam fechadas, a de Caetité não parou suas atividades apesar das enormes dificuldades que enfrenta.

Moacir apresentou moção de parabéns às entidades de trabalhadores e trabalhadoras do campo pela realização de protesto nas ruas da cidade no dia 8 de março. Treze dos vereadores se fizeram presentes no movimento.

Em seu tempo como líder da bancada, o vereador Álvaro fez uma ardente defesa do trabalho da secretária de saúde, Cynthia Lopes, em particular das acusações feitas por Cura Lemos que, pedindo um aparte, não obteve; Nem de Dácio ressaltou que o vereador da minoria fazia suas críticas sem sequer ter feito qualquer pedido de informações à secretária, o que deveria ocorrer dentro de suas prerrogativas de parlamentar; garantiu que já nesta segunda-feira todos os PSFs do município foram visitados pelas equipes de saúde e que os serviços estarão em breve a funcionar. Disse que o prefeito estará viajando a Brasília a fim de agilizar recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida que é fruto de emendas parlamentares. Lembrou a indicação de Cláudio Ladeia que genericamente pede melhoria das estradas, e falou do trabalho que o secretário Rodrigo Gondim está a desenvolver neste sentido.

O projeto de lei 857 de 1º de fevereiro de 2017, apresentado na semana anterior, depois de passar sem emendas pelas comissões permanentes de Constituição e Justiça e de Educação, foi aprovado por unanimidade autorizando o prefeito Aldo Gondim a celebrar convênios com certas entidades civis e organizações não-governamentais.

Tem vereador morando fora de Caetité?

A pergunta, feita pelo vereador Nem de Dácio ao final de sua fala, lançou no ar a dúvida de que um dos seus pares (certamente da oposição), mantém residência fora de Caetité: o que é vedado pela Lei Orgânica, em seu artigo 65. Segundo ele, ainda é uma suspeita... Será que alguém ficará com as barbas de molho?

A “cassação”


O juiz eleitoral de Caetité, Dr. José Eduardo Brito, prolatou no começo da noite uma sentença de primeira instância dando pela cassação e anulação dos votos dos então candidatos a vereador Deyvison Andrade, Arual Rachid, Moacir do Sindicato e Sidney Dias, dando ainda pela inelegibilidade de Nilo Azevedo por oito anos.

A decisão, contudo, não opera efeito imediato, necessitando confirmação da segunda instância – caso haja recurso – para que seja cumprida. Os afetados pela sentença prometem recorrer, ao passo que um dos advogados envolvidos no processo, pela oposição, manifestou em redes sociais apenas que tem “esperança” de que a causa prospere, nos tribunais.


Ou seja, a decisão vem de forma a agitar os debates, mas o efeito prático – se realmente ocorrer – ainda vai passar por bastante demanda jurídica. É assim que deve ser, no estado democrático de direito. E nem sempre as decisões de primeiro grau são acolhidas, no segundo. 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Algumas das Mulheres que fizeram a história de Caetité

Carmen Teixeira, irmã de Anísio, grande professora

Ao longo dos seus duzentos e sete anos Caetité teve grandes mulheres que se destacaram no passado e brilham no presente, construindo sua história, rompendo as barreiras do machismo, do patriarcado, dos preconceitos... Foram matriarcas, empresárias, políticas, mães: Mulheres com “eme” maiúsculo, que orgulham nossa terra e que o Caetité em Revista relembra neste 8 de março de 2017, Dia Internacional da Mulher.

Começamos pela viúva Joana São João que veio a se casar com o avô de Castro Alves, o herói da Guerra da Independência José Antônio da Silva Castro: ainda sob o domínio do Conde da Ponte, a quem pertenciam as terras cá do sertão, veio a ser ela a maior proprietária de fazendas do sertão; quando de seu espólio em 1844 deixara ela “mais fazendas de gado do que o Conde da Ponte, 12 anos antes”, como registrou o historiador Erivaldo Fagundes Neves. Esta heroína de tempos idos morreu de parto, junto ao único filho homem que tivera de seu segundo casamento.

Outra grande matriarca, cuja saga é retratada no livro “Mulheres de Dois Andares” da sua descendente Cida Fraga, foi “Donana do Sobrado”, assim chamada por morar na casa que hoje todos falamos ser a “de Anísio Teixeira”. Na família Fraga tivemos ainda nascida na Caetité do final do século XIX, a pintora Lucília Fraga, que fez nome em São Paulo.

Mulheres que viveram mais de cem anos, como a professora Emiliana Nogueira Pita – a quem a cidade deve seu Hino oficial, a escritora que tanto da história da cidade registrou Marieta Lobão Gumes ou a professora Agnalda Públio de Castro, história viva de Caetité e ainda entre nós. Não foi centenária, mas a história deste pedaço do sertão deve muito a Helena Lima Santos, que amou Caetité como se fosse sua.

Falamos do Anísio, mas não menos que ele foi sua irmã Carmen Spínola Teixeira, biografada por Zélia Bastos, e que entre suas alunas formou figuras inesquecíveis da nossa história como d. Idalina Vieira Cardoso, e que dirigiu a “Escola Parque” em Salvador durante muitos anos. Também irmã do Anísio foi d. Celsina Teixeira Ladeia, a quem Caetité deve seu Abrigo e Casa de Caridade: instituição que ganhou nas mãos bondosas de suas seguidores Tereza Neves Oliveira, Yeda Castro Neves e Yara Silveira (entre outras) o quase sagrado destino que lhe é reservado de cuidar de nossos idosos e crianças órfãs...

Um nome inesquecível e amoroso também se fez registrado numa bela biografia intitulada “Janelas da Alma” de Eliza T. de Andrade, que fala sobre a professora Elza Souza Teixeira Silveira, a Dona Elzinha a quem tantos devem um pouco de luz nesta terra.

Não seria justo não falar de Adelina Sabe-Ler que, vindo da roça do Pajeú, tinha este nome porque, exceção em seu tempo, conseguira ter as letras e sozinha criar a família com seu tino empresarial. Também empresária foi a viúva do aviador Guilherme Castro, dona Maria Pinho, cujo cinema encantou toda uma geração...

O texto se alonga, e passemos com ligeiros exemplos por todas as grandes professoras que deixaram seu legado na “terra da educação”, tais como as que já nos deixaram Eponina Gumes, Judite Cunha, Irany Castro, Altair Públio, Tereza Guanais, Ielita Cotrim e tantas outras que a lista seria interminável...

Sem as mulheres, anônimas ou não, não haveria o romântico Waldick Soriano a cantá-las pelo mundo afora!

Na política do passado se destacou Tereza Borges de Cerqueira, num legado que veio mais tarde encontrar guerreiras em figuras como Aneli Rodrigues e seu Movimento de Mulheres, e sobretudo na Dra. Maria de Fátima Silveira Oliveira, a ex-vice-prefeita, e a Dra. Jaquele Fraga, nossa atual.
Em seus 207 anos de emancipada a história caetiteense é rica em Grandes Mulheres. Mas sobretudo é nas batalhadoras anônimas que foram nossas bisavós, avós, mães, irmãs, esposas ou companheiras que temos todos, com saudável orgulho, o direito de nos fazermos verdadeiramente... caetiteenses, mesmo quando nascidos noutras partes do mundo.

À Mulher Caetiteense de todos os tempos, nossa humilde homenagem. À professora Marion Gomes, nossa eterna gratidão de filho, aluno e amigo. A minha filha Joanna, nossa esperança que já se fez mulher... Obrigado a TODAS VOCÊS.

   
   André Koehne.

Marion e sua neta Joanna.

terça-feira, 7 de março de 2017

Câmara: membros das comissões são eleitos e oposição faz críticas

Primeira sessão ordinária da Câmara de Vereadores foi marcada pela eleição dos membros das comissões permanentes e pelos primeiros ataques ao governo de Aldo Gondim. A oposição, pequena numericamente, promete barulho.

Após o período de recesso e a folga carnavalesca, finalmente os vereadores de Caetité voltaram a atuar nas suas funções legislativas na noite do dia 6 de março de 2017. Logo de início procedeu-se à indicação dos líderes e depois à escolha dos membros das comissões efetivas (cada uma tem três integrantes: um presidente, o vice e um relator – ordem que seguimos abaixo), que ficaram assim compostas, respeitando a maioria de dois terços das hostes governistas:
Comissão de Constituição, Justiça e Redação: Nem de Dácio, Deyvison e Cláudio Ladeia.
Comissão de Finanças, Orçamento e Contas Públicas: Mário Rebouças, João do Povo e João do Anguá.
Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Saúde: Marcílio, Zacarias e Dé Axé.
Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos: Moacir, Jairo e Cura.

Houve um breve impasse pois o vereador Cura que, embora seja oposição não integrou a coligação dos demais, declarou querer fazer parte da Comissão de Educação; diante da iminência de ter de realizar uma votação o dilema foi resolvido quando o líder da bancada de oposição, Julão, retirou seu nome que foi então ocupado pelo líder da minoria.

Antes haviam sido indicados pelo prefeito o líder do governo e também o de bancada, ficando as funções respectivamente ocupadas por Mário Rebouças e Nem de Dácio.

O prefeito encaminhou projeto de lei que o autoriza a celebrar convênios, e pediu a retirada de pauta de outro projeto que havia sido encaminhado pela gestão anterior. Foi então lida a moção de pesar feita pelo vereador Cláudio Ladeia pela morte de Rômulo Aguiar Souza, que foi subscrita por todos os demais edis, e aprovada à unanimidade.

As indicações protocoladas foram todas elas feitas pelo vereador Cláudio, de oposição – que foram para a construção de muro no rio que passa atrás da rua Ambrozino José dos Santos, o escoamento de águas da rua Vereador João Gumes e a reconstrução da ponte de ferro que liga o povoado do Juazeiro, em Caetité, ao de São Timóteo, em Livramento; descumprindo a regra de apresentar as indicações até a sexta-feira anterior, o vereador Álvaro também fez de momento indicações que, com a condição de excepcionalidade, foram aceitas pelo presidente da sessão.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caetité enviou um ofício para que os vereadores participem de protesto contra a PEC 287, de reforma da previdência social.

Nos discursos, a oposição fez suas cobranças

Após o fim do “pequeno expediente”, foi a hora dos vereadores usarem da tribuna. Apesar da intenção do prefeito de que a oposição tenha uma boa relação com sua administração, o que se viu foram duras cobranças, feitas sobretudo pelos irmãos Cláudio e Julão, e também por Cura Lemos.

Prometendo “ficar de olho” nas ações da nova gestão, os oposicionistas criticaram valores de licitações e a área da saúde; as defesas das acusações ficaram a cargo de Marcílio Teixeira, que lembrou a experiência da secretária Cynthia, e de Mário Rebouças, que ressaltou as dificuldades que as várias instâncias de governo pelo Brasil enfrentam, citando o caso do Rio de Janeiro.

Menos tempo para os discursos

Uma questão ficou urgente, com o aumento do número de vereadores: a redução do tempo de cada um na tribuna. A primeira sessão ordinária terminou mais de onze horas da noite, o que é desgastante, na opinião geral. Esta questão, porém, ficou de ser resolvida mais adiante.

Momento do impasse com a candidatura de Cura para a Comissão de Educação.