terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Os quinze da Câmara



Pois, pela primeira vez na história a Câmara de Vereadores de Caetité teve início dos trabalhos com quinze integrantes. Outra novidade foi  a presença da “minoria”, com o representante da terceira corrente da cidade. E novidade foi também o panfleto que foi distribuído...

A noite de 20 de fevereiro começou com uma forte chuva de verão. Talvez isto tenha espantado o público que costumeiramente comparece à Câmara de Vereadores – o que não impediu uma razoável plateia estar ali presente.

A classe política caetiteense estava lá: o ex-prefeito Zé Barreira e o atual, Aldo Gondim. O candidato da “terceira via”, Valtécio Aguiar e a presença espiritual da professora Luciete Bastos, que fez distribuir um panfleto onde deixou claro que está “de olho” nos trabalhos ali desempenhados, ao desejar o sucesso dos edis: “rogando a Deus que ilumine vossos mandatos para que a população não sofra as consequências da indiferença e da invisibilidade”, escreveu.

A situação mantém uma bancada de larga folga, com dez vereadores – ou seja, dois terços dos votos ali presentes. O Presidente da Casa, para o biênio 2017-2018 é Arual Rachid que, em sua fala, lembrou o pai Eudes José dos Santos, falecido há menos de um ano  – e que também já presidira a Casa, numa tradição política começada pelo seu avô Ambrozino dos Santos, morto no começo da década de 1970.

O prefeito municipal falou de suas ideias para o mandato, realçando a necessidade de saneamento básico na sede: realmente um problema que segue sem solução há décadas e, com o crescimento vertiginoso da urbe, ainda está longe de se tornar realidade (foram várias licitações, ao que sabemos, sem que nenhuma empresa se interessasse dada a dificuldade do terreno sobre o qual Caetité cresceu). Não será fácil...

Os vereadores se sucederam nos discursos inaugurais. O destaque vai para o Jairo Fraga que, em seu primeiro mandato em Caetité, lembrou que já fora vereador antes, em Minas Gerais; Mário Rebouças e Zacarias falaram do momento pelo qual o Brasil atravessa, e o primeiro ressaltou que aquela tribuna será o meio que usará para as lutas pelos direitos que estão a ser ameaçados nas ações do governo federal.

Nem de Dácio é o vereador com maior tempo de casa, e usou essa experiência em sua fala, tanto para realçar os feitos do passado quanto para os desafios dos tempos difíceis que o país atravessa, com foco na criação de postos de trabalho na cidade.

Outro iniciante, Cura, não decepcionou na oratória, ele que será a voz solitária do seu grupo.

Um erro histórico: alguém disse que a nossa Câmara foi uma das primeiras do país. Está longe disto: temos câmaras de vereadores com mais de 200 anos antes da nossa, e não foram poucas. Foi uma das primeiras, isto sim, a reconhecer “na Bahia”, a independência do Brasil.

Uma crítica, ao final: a Câmara volta do recesso, mas já suspende os trabalhos para o Carnaval. Em tempos bicudos como estes, não é um bom exemplo...

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