sábado, 25 de fevereiro de 2017

Os chineses chegam a Caetité



Hoje o Caetité em Revista analisará a visita da comitiva liderada pelo Embaixador da República Popular da China, Li Jinzhang (que, conforme a boa pronúncia do mandarim, se diz Li Zizang), com vários empresários e o vice-governador João Leão, os bastidores e o que isto realmente significa para Caetité...

Por trás da vinda chinesa

Quem quer saiba dos bastidores da visita da comitiva poderá afirmar que foi, sem sombra de dúvida, fruto do empenho direto do prefeito Aldo. Não tivesse havido sua intercessão, e tudo teria sido “desviado” para outra cidade que, todos sabemos, não produz um grama de ferro mas... como já fez antes com o algodão, queria levar os louros da vitória.

Trazer os chineses é mais que um efeito simbólico: revela que a cidade tem vontade política para não mais ficar a reboque. Mas já aqui cumpre assinalar que ainda falta a Caetité um representante “seu”... Alguém capaz de reunir as cidades vizinhas e que cultural e economicamente estão ligadas à nossa gente e seus interesses (como Igaporã, Lagoa Real, Ibiassucê, Tanque Novo) e se eleger deputado estadual: todos os que temos, quase sem exceção, são cordiais forasteiros!

Ou estes “forasteiros” se unem para continuar a merecer nossos votos, ou continuaremos a ter que “descer o morro” para coisas elementares, e que muitas vezes encontram filas estupidamente programadas, como no Detran...

Quem são, de fato, os chineses?

Vários dos representantes empresariais que aqui estiveram pertenciam à CCCC. O nome é mais pomposo: China Communications Construction Group. É uma estatal, no fim das contas. Seria como uma mega-hiper-Odebrecht, com mais de cem mil empregados, e que apesar de ter “Communications” no nome cuida mesmo é de construção civil. Talvez uma alternativa para tocar a Ferrovia Oeste-Leste que a Valec parece engasgada a terminar? Ou outras obras na infraestrutura que nossa região ainda é tão carente? Para termos ideia da dimensão da empresa CCCC basta dizer que hoje é dona da John Holland Group, que era a maior construtora da Austrália, comprada por ela em 2015.

Os demais chineses são ligados à mineração do ferro. A própria Bamin, que estará diretamente envolvida na exploração do metal, é de propriedade deles.

O jeito chinês de fazer negócios

Engana-se quem ache ser uma estatal chinesa algo parecido com as ineficientes e cheias de desvios estatais brasileiras. Lá, como bem lembrou o vereador Zacarias Nogueira, quem é apanhado em ações “temerárias”, paga bem caro... (sim, o “temerário” é uma lembrança a um certo governante de araque).

O “recado” foi dado no discurso do senhor embaixador: ao falar de sua cidade natal, ele deixou claro que ela somente se desenvolveu quando criou condições favoráveis para que uma grande empresa ali fosse se instalar. Isto, aliás, é uma regra para grandes investimentos... O tamanho dessas “condições” é que bons negociadores de ambos os lados conseguirão delimitar. E mais que nunca as cidades vizinhas precisam somar forças com Caetité...

Um último recado chinês foi bem-humorado. O vice-governador quis brincar, dizendo que a mistura de baiano com chinês resultará em “baichin”. O embaixador não levou essa para casa, e devolveu: nomeou João Leão o primeiro “baichin” da história...

Assim é um “negócio da China”, eles não vieram para perder. Caetité e região, também não. Tomara que seja assim.


3 comentários:

  1. Seria interessante que os chineses se instalassem em Caetité e proporcionasse mais progresso e desenvolvimento com a exploração do minério de ferro, contudo existe um processo chamado de "político" que pode desviar para outro local a sede do empreendimento, vale a pena a associação das cidades circunvizinhas numa demonstração de peso político e de interesses comuns.

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  2. Tomara que tudo dê certo e de fato seja CAETITÉ a beneficiada

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  3. Infelizmente noticias similares a estas ja vimos por diversas vezes em Caetité, porem, sem resultados significativos. Alias, com essas especulações o preço dos imoveis chegam a valores exorbitantes, o setor imobiliario torna-se inviavel, não se gera emprego e os programas sociais que poderiam diminuir o defcit habitacional nunca chegam a cidade. Lamento informar, mais com elementos corruptos nessa comitiva, como é o caso do vice João Leão, investigado na lava jato, Caetité ja começa perdendo! Mas, espero que essa noticia não seja so mais uma, e que esta Cidade prospere e saia do atraso que ja dura mais de dois seculos.

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